#7- Uma sessão de terapia gratuita
a sua reação se reflete com o silêncio ou com as palavras?
Essa sessão de terapia é para você que guarda tudo o que sente — e também para você que fala tudo o que vem à mente, sem filtro.
Sente-se, pegue seu café, e vamos falar um pouco sobre o peso do silêncio e da palavra.
Tem um aforismo de Nietzsche em que ele diz que
“a palavra mais ofensiva e a carta mais grosseira são melhores e mais educadas do que o silêncio”.
Entendo esse pensamento e concordo com ele. Na verdade, é algo que venho tentando melhorar em mim e, no meu caso, é algo trabalhoso de colocar em prática.
Consigo transmitir minhas emoções com clareza através da escrita, e tenho dificuldade em transformar essas palavras em som. O ato de falar imediatamente ao sentir ou pensar algo é nada natural para mim.
Algumas vezes escolho o silêncio como resposta. Silêncio esse que acredito ser mais “cômodo” — uma forma de não confrontar e evitar conflitos. Mas, como Nietzsche sugere, sei que esse silêncio pode ser arriscado.
Quando nos calamos, entregamos o controle da mensagem ao outro, e ele interpreta à sua maneira. O vazio acaba sendo preenchido por interpretações e suposições, não por fatos.
É por isso que Nietzsche defende que, mesmo que nossas palavras não sejam as mais perfeitas, ainda é melhor expressá-las do que deixar o silêncio criar interpretações vazias.
Então, por que falar sobre o que incomoda é tão difícil? Expressar sentimentos pode ser desconfortável porque, quando falamos o que realmente sentimos, nos expomos, mostramos nossa vulnerabilidade, e isso pode assustar.
Por outro lado, o silêncio também é uma resposta, e ele tem seu papel. Às vezes, calar-se no calor do momento evita feridas maiores. Afinal, palavras ditas sob impulso podem machucar mais do que o silêncio. E, uma vez ditas, não podemos retirá-las.
Talvez, o que precisamos é treinar nossa mente para reconhecer quando o silêncio é necessário, mas também quando ele deixa de ser uma opção. Em momentos de conflito ou de sentimentos intensos, penso que o melhor seja esperar, respirar e escolher o momento certo para falar com clareza. Essa é a forma como eu vejo.
Deixo aqui um pequeno exercício que você pode praticar no seu dia a dia:
Identifique o momento: Pare e perceba as situações em que você costuma silenciar ou falar no impulso. Relembre a última vez que isso aconteceu: o que te levou à sua escolha?
Avalie a intenção: Se pergunte: “O que quero transmitir com minhas palavras (ou com o silêncio)?” Entender sua intenção pode trazer clareza para a melhor decisão.
Espere antes de agir: Dê a si mesmo um momento para respirar antes de responder. Pergunte: “Isso precisa ser dito agora?” ou “Estou pronto para me expressar sem magoar ou confundir?”
Escreva o que sente: Se falar ainda parecer difícil, escreva. Coloque no papel suas emoções e pensamentos como um ensaio para organizar seus pensamentos e sentimentos.
A prática de observar, refletir e, se necessário, aguardar, pode ser um primeiro passo para encontrar equilíbrio entre o silêncio que acolhe e a palavra que conecta.
Nossa sessão chegou ao fim, e eu te pergunto: o que você tem deixado de dizer que mereceria ser ouvido? Ou… gostaria de retirar algo do que disse a alguém?
Ao final, o que vale mais? O silêncio que confunde ou as palavras, ainda que confusas, tentando dizer o que realmente importa?
Se você tem acompanhado os meus textos aqui no EntreLinhas e quer deixar alguma sugestão ou comentário, esse espaço é todo seu =)