#12- Um novo ano, um novo voo
novas possibilidades te animam ou te assustam?
A virada do ano vem carregada de promessas. É quase como se, ao cruzar a meia-noite, recebêssemos uma página em branco, pronta para ser preenchida. É o momento de sonhos renovados, metas traçadas e desafios definidos. Mas também é um momento que, para muitos, traz o peso da incerteza. Porque, para muitos de nós, recomeçar assusta.
Você já parou para pensar em como a liberdade de começar algo novo pode amedrontar e nos fazer procrastinar?
O ano novo nos coloca diante de uma espécie de "gaiola aberta". Um convite a voar para qualquer lugar, explorar novos horizontes, mas que, ao mesmo tempo, nos faz hesitar. Porque a liberdade de escolher é, paradoxalmente, um peso que nem sempre estamos prontos para carregar.
É como um pássaro que passou muito tempo preso em uma gaiola. Um dia, a porta se abre. Ele olha para fora, vê o céu infinito e sente o vento impulsionando suas asas a bater. Mas ele não se lembra de como usá-las. A gaiola, que antes era uma prisão, agora parece uma zona de conforto segura.
E não é exatamente isso que sentimos em momentos de grandes recomeços?
No ano novo, as "gaiolas" da nossa vida ficam mais evidentes. Podem ser o emprego que já não nos desafia, a rotina sem graça, os sonhos que deixamos engavetados. A gaiola é qualquer coisa que nos prende e nos impede de explorar o nosso potencial. Sair dela exige coragem. Porque, junto da liberdade, vem a responsabilidade. Quando temos a chance de fazer qualquer coisa, o pensamento costuma ser: “O que vou fazer agora que tudo é possível?”
Essa pergunta pode ser paralisante. Afinal, um recomeço exige que deixemos para trás aquilo que já não nos serve, e isso nem sempre é fácil.
Pense nas vezes em que você adiou algo importante porque o medo te fez questionar: "E se não der certo?" Talvez fosse uma mudança de carreira, uma decisão pessoal ou até mesmo um pequeno hábito que você sabia que precisava mudar. O ano novo traz essa oportunidade de olhar para esses momentos com novos olhos, enxergando neles o potencial para algo maior. Mas, para isso, precisamos dar o primeiro passo. E o primeiro passo nem sempre é grandioso. Às vezes, é só colocar um pé na frente do outro e confiar que o caminho vai se revelar.
A liberdade de recomeçar é, ao mesmo tempo, leveza e peso. É libertador saber que podemos redesenhar nossos caminhos, mas também amedrontador encarar o fato de que somos os únicos responsáveis por escolher para onde ir.
E aí vem a magia do novo ano: ele nos lembra de que, apesar do medo, ainda podemos tentar. Que não precisamos ter todas as respostas antes de começar. Que o voo não precisa ser perfeito, apenas sincero.
Quando pensamos em grandes mudanças, pode parecer impossível sair da "gaiola" de uma vez só. Por isso, comece pequeno.
Papel e caneta pra mim ainda funcionam muito mais que blocos de notas no celular. Para mim, escrever é como um mapa que me ajuda a clarear os caminhos. Gosto de poder listar, colocar visíveis os pontos que acho relevantes para ter mais clareza sobre meus pensamentos.
É importante sermos gentis com a gente mesmo, e tratar com atenção aquela voz interior que muitas vezes deixamos passar. Liste pontos importantes para se parabenizar e também pontos que quer colocar em prática. Algumas sugestões:
O que aconteceu em 2024 que você nem imaginava que poderia ter realizado e, mesmo assim, aconteceu? Registre esse fato;
Lembre de momentos simples que foram especiais pra você, como encontrar uma amiga distante ou um almoço que você fez pra receber a sua família na sua casa;
Superou algum medo? Fez algo pela primeira vez? Descreva o fato e a sensação que sentiu;
Escolha uma ação prática para começar agora. Algo que seja simples e possível, mas que represente um movimento na direção certa.
Pense no ano novo como esse céu aberto que te convida a voar. Ele não exige que o voo seja perfeito. Só pede que você bata as asas pela primeira vez. E, uma vez no ar, você verá que o vento te carrega, te leva onde você deve ir.
Qual seria o seu primeiro voo neste novo ano?
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