Às vezes, a vida exige tanto da gente que nos acostumamos a ser a pessoa forte. Aquela que aguenta muito, resolve problemas, oferece apoio, e raramente se permite desmoronar. É um papel que vestimos com orgulho, mas também com um peso que, com o tempo, pode nos desgastar.
Vivemos em um mundo que romantiza a ideia de estar sempre disponível. Atender, cuidar, responder, resolver. É um ciclo que parece bonito, até você perceber que o "estar sempre lá" para os outros pode custar o "estar aqui" para você mesmo.
Ser forte é importante. É essencial para superar desafios e seguir em frente, mesmo quando as coisas parecem difíceis. Mas, por trás dessa força, existe um custo. Quando as pessoas ao nosso redor nos veem como uma fortaleza, isso cria uma expectativa de que estamos sempre disponíveis, prontos para lidar com qualquer situação.
Mas… quem cuida da fortaleza?
Ser forte o tempo todo é insustentável. Ninguém deveria carregar sozinho o peso de sempre resolver, sempre aguentar, sempre estar disponível. Pedir ajuda ou admitir que não está bem não é um sinal de fraqueza; é ser vulnerável sem se despir, um ato de coragem.
Veja, quando pedimos à Deus ou ao universo força para enfrentar a vida, não percebemos que estamos pedindo mais desafios. Afinal, a força não surge no conforto, mas na adversidade. Quando pedimos força, o que recebemos são situações que nos obrigam a desenvolvê-la.
Mas será que é isso que queremos? Não buscamos, na verdade, paz? Tranquilidade? Para mim, o que julgo precisar é de inteligência emocional para lidar com minhas situações de forma sábia. Ser forte, sim, mas de uma forma que não me faça sentir que estou sempre à beira de uma batalha.
Força e vulnerabilidade não são opostos. Na verdade, reconhecer nossas fraquezas é o que nos torna mais fortes. Admitir que não é possível conseguir carregar tudo sozinho, que é preciso ter suporte - ou uma pausa - é um ato de inteligência emocional.
Não é egoísmo cuidar de si. É necessidade. E a melhor parte? Quando você se prioriza, o que oferece aos outros também melhora.
Seja gentil consigo mesmo. Permita-se ter momentos de descanso e fragilidade. Assim como uma fortaleza precisa de manutenção para continuar de pé, você também precisa de cuidado para seguir forte.
A ideia de “cuidar de si mesmo” não é sobre reservar dias inteiros no spa -embora, se puder, vá em frente! É sobre incorporar pequenos momentos de cuidado à sua rotina.
Separei alguns exemplos de como você pode fazer isso:
Faça uma pausa real: Pode ser 5 minutos para respirar, tomar um café com calma ou apenas desligar o telefone. Permita-se parar;
Ouça seu corpo: Quando você sente que algo está errado, escute. Exaustão, irritação, fome ou sono demais, insônia… são sinais de que algo precisa de atenção;
Diga não sem culpa: Cuidar de si inclui proteger o seu tempo e energia. Não é grosseiro se priorizar e negar alguns pedidos; nem toda responsabilidade precisa ser sua.
Crie rituais só seus: Pode ser uma caminhada, um momento de escrita, ou “só” ouvir a música que você adora. Algo que te conecte com quem você é além das responsabilidades.
Encontre o apoio que você oferece aos outros: Busque quem ou o que te fortaleça. Pode ser um amigo, um momento de pausa, ou até uma prática como a meditação ou escrita;
Reavalie seu pedido por força: Se você tem esse costume, em vez de pedir mais força, peça clareza e inteligência emocional. Peça por aquilo que te ajudará a tomar decisões com mais equilíbrio e racionalidade;
Reconheça seus próprios limites: Saber até onde você pode ir não é sinal de fraqueza, mas de autoconhecimento.
Cuidar de você também é força.
Ser forte é importante, mas saber quando descansar, pedir ajuda e cuidar de si mesmo é o que torna essa força verdadeira.
Então, da próxima vez que se sentir sobrecarregado, lembre-se: às vezes, a pessoa que mais precisa do seu cuidado é você.
Cartas semanais sobre temas do cotidiano e uma oportunidades de conhecer um ponto de vista para agregar ao seu conhecimento.
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