“Os limites mais desafiadores que enfrentamos, muitas vezes, são aqueles que criamos dentro de nós.”
Parece óbvio, mas nem sempre é fácil enxergar os muros invisíveis que nos bloqueiam. E, às vezes, mesmo quando conseguimos vê-los, não é tão simples derrubá-los, exige esforço.
Você já parou para pensar em quantas vezes se segurou por medo? Medo de falhar, de ser julgado, de não estar à altura… É curioso como podemos construir justificativas tão convincentes que parecem inquestionáveis. Elas não são apenas pensamentos. Com o tempo, tornam-se muralhas que nos limitam, e o pior: nos acostumamos a viver dentro delas.
Imagine uma situação simples: você recebe um convite para falar em público, algo que sempre quis experimentar. Mas, ao invés de sentir entusiasmo, um muro invisível surge:
“Eu não sou bom o suficiente.”
“E se eu esquecer tudo na hora?”
“O que vão pensar de mim se eu errar?”
Esses pensamentos parecem surgir como muros, para nos proteger, nos mantendo na nossa zona de conforto. Eles nos mantêm seguros ao mesmo que nos deixam imóveis.
Esses muros não são reais. Eles não têm vida além das histórias que contamos a nós mesmos. Mas o impacto é real: ficamos presos em uma vida onde queremos avançar, mas não conseguimos.
Criar limites internos é um mecanismo de defesa. É o cérebro nos protegendo do desconforto, do medo e dos julgamentos. Afinal, se não tentarmos, não falharemos. Mas, ao evitar o desconforto temporário, sacrificamos o bem-estar a longo prazo.
Pense em quantas vezes você adiou algo que desejava porque o “e se” te impediu de tentar.
“E se der errado?”
“E se eu não estiver preparado?”
“E se não for suficiente?”
Esses pensamentos agem como âncoras. Eles nos seguram no mesmo lugar, mesmo quando sabemos que ficar parado não irá nos beneficiar em nada.
Agora imagine outro cenário: o muro caiu. O que te impede de agir não está mais ali. De repente, tudo parece possível. E aí surge um novo desafio: “E agora?”
A liberdade pode ser tão assustadora quanto o bloqueio. Não há mais desculpas. A responsabilidade por agir é toda sua, e isso pesa. Porque agora depende só de você.
Quando esse pensamento vier à mente, uma boa saída é lembrar que a leveza vem logo depois do primeiro passo.
Lembra daquele pássaro que ficou tanto tempo na gaiola que esqueceu como era voar? Ele hesita no início, mas quando finalmente se arrisca, lembra que sabe fazer aquilo e entende o que é a verdadeira liberdade. Aquele primeiro voo é assustador, mas nenhum pássaro que experimenta o céu quer voltar para a gaiola.
E não é preciso derrubar todos os muros de uma vez. É possível começar pequeno.
Identifique o muro: O que está realmente te impedindo? É medo do julgamento? Perfeccionismo? Medo de falhar? Escreva isso. Dar nome ao obstáculo é um passo importante.
Questione a verdade: Pergunte a si mesmo: “Essa barreira é real ou é algo que criei para me proteger?” O que realmente aconteceria se eu tentasse? Muitas vezes, o pior cenário que imaginamos dificilmente irá se concretizar.
Dê um pequeno passo: Não precisa ser grandioso. Pode ser algo pequeno, mas que te coloque em movimento. Se o muro for grande, comece derrubando um tijolo. Pode ser um e-mail, uma conversa, ou apenas a decisão de tentar.
A verdade é que viver dentro de um muro parece seguro, mas nunca é satisfatório. Os muros podem proteger, mas também aprisionam. E a sensação de liberdade que vem depois de derrubá-los, mesmo que aos poucos, é muito boa.
Então, da próxima vez que sentir que está preso, se pergunte: “Esse obstáculo é real ou sou eu quem o está construindo?”
Derrubar muros não é fácil, mas a vida além deles vale cada esforço. Afinal, os muros que criamos não precisam durar mais do que a nossa coragem.
Cartas semanais sobre temas do cotidiano e uma oportunidades de conhecer um ponto de vista para agregar ao seu conhecimento.
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