#10- O Instinto faz, a Intuição observa
entre a ação impulsiva e o olhar cuidadoso, qual é o mais confiável?
Você já notou como, às vezes, a vida parece nos empurrar em direções que não planejamos, e, quase sem pensar, tomamos decisões que parecem automáticas?
Isso é o instinto em ação. Ele nos guia nos momentos em que o corpo simplesmente reage, sem passar pelo filtro da lógica. É rápido, quase impulsivo, e muitas vezes necessário para sobrevivermos a uma sutiação imprevisível.
Mas o que acontece quando a ação não é imediata? Quando há uma pausa antes da decisão? É nesse momento que a intuição entra em cena.
Diferente do instinto, a intuição não se apressa. Ela observa, se move em silêncio, e ilumina o caminho com uma clareza que não pede pressa.
O instinto faz. A intuição observa.
O instinto é uma resposta primitiva, aquela coisa ancestral, que nos faz reagir diante de perigos ou oportunidades. Ele é valioso, nos protege e nos impulsiona a agir sem hesitar quando é necessário. Mas, às vezes, a reação instintiva não é o melhor caminho. Ela pode nos levar por atalhos, por escolhas que, mais tarde, percebemos que poderiam ter sido diferentes se tivéssemos apenas dando um passo atrás.
A intuição, por outro lado, é como aquela voz interna sutil que não grita, mas sussurra. Ela não está preocupada com a urgência; sua força vem da observação, da experiência acumulada, e de uma sabedoria que nem sempre conseguimos explicar.
A intuição é como um amigo calmo que te aconselha a pensar mais uma vez, a reconsiderar. Ela nos ajuda a entender quando é o momento certo de agir ou esperar.
Vejo o instinto e a intuição como parceiros complementares. O instinto me ajuda a seguir em frente quando preciso de uma resposta imediata, mas a intuição me lembra de olhar além do momento, de buscar a perspectiva. E não é curioso que, muitas vezes, as melhores decisões vêm daqueles momentos imprevistos, tipo um clique, quando você sente que sabe o que deve fazer, mesmo que não tenha todas as informações? Isso é intuição em sua forma mais pura.
Sempre fui mais da intuição do que do instinto, e acho que isso tem um pouco a ver com o meu temperamento. Uma pessoa mais reservada, mais observadora do que falante, mais tranquila do que agitada.
Acredito que a intuição é uma forma de sabedoria. Ela se desenvolve à medida que vivemos e acumulamos experiências. Ela não precisa gritar pra ser ouvida – ela simplesmente está ali, esperando o momento certo para se manifestar.
No final, instinto e intuição não competem, mas se completam. Um te empurra para frente quando o tempo é curto; o outro te mostra o caminho quando há espaço para respirar. E o mais interessante? Quando aprendemos a reconhecer ambos, é como se a vida se tornasse um pouco mais clara. Agimos com mais confiança, não só reagindo ao que está à nossa frente, mas também vendo o que pode estar por vir.
Então, da próxima vez que estiver em dúvida sobre como agir, se pergunte: é o instinto que está me levando ou é a intuição que está me guiando? Há espaço para ambos – a chave é saber quando ouvir cada um.
Cartas semanais sobre temas do cotidiano e uma oportunidades de conhecer um ponto de vista para agregar ao seu conhecimento.
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